Os olhos verdes de minha mãe...






Tudo numa mãe é percebido

Da fala, gesto ao pensamento
Nada ao filho fica encoberto
Tanto amor e dedicação
Que torna transparente seu coração...

Eu sabia de tudo que ela era
Mas algo me cativava
Como pássaro à flor...
Eram seus olhos verdes de dor.

Não passava um dia se quer
Em que eu não os percebia
Ainda inquieta, quieta sentia
 meu coração de menina 

Sentia seus olhos a chorar
grandes olhos verdes sem esperança
Ainda que esperança quisesse mostrar

Sem brilho
Sem luz, sem vida...
A não ser quando de Jesus
Ouvia falar

Às vezes cantava...
Eu ouvia
Às vezes, poucas vezes,
Sorria...

Mas os olhos verdes dela
Que nenhum filho herdou
De sempre me lembro
Meu coração registrou...
Se ainda em um neto, bisneto 
Não for possível contemplar
Outra vez, verei de perto...
No céu quando a encontrar

Há esperança!
É o que os olhos dela
Me fizeram acreditar.



Pela cruz de Cristo, Maristela Guimarães.

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