Seu nome é Ana...


Ana significa Graça. E de verdade, não poderia ser outro. Olho pra história dela e vejo a graça presente em tudo...
Ela era amada, mas tinha que dividir seu esposo com outra que lhe desse filho... o motivo: Ana era estéril , não podia conceber. Essa sua "dificuldade" lhe causou grande sofrimento.  Viver e conviver com uma impossibilidade cara a cara já é difícil. Mas quando esta ainda tem uma representante chamada Penina, fica pior ainda. Penina é aquela má lembrança, aquela má notícia batendo à  porta, sem tréguas... aquela goteira irritante lembrando você do assunto.
 Eu não sei o que Eva pensou quando comeu aquele fruto mas  o pecado "desconfigurou"  tudinho... agora, só pela GRAÇA mesmo.
GRAÇA, esse nome permeia a vida de Ana. Eu não vejo o texto dizer que Ana agia com maldades a Penina. Isso me mostra o caráter de Ana. Ela não correspondia aos ataques ... a bíblia relata que ela chorava. Ela chorava, sofria, não comia. Anualmente, eles iam ao tabernáculo, em Siló, para adorar e oferecer sacrifícios.   Todos os anos eram os mesmos sofrimentos... Até que numa tarde ela foi sozinha para  o tabernáculo. Aquele momento que comer não importa, beber não importa, pessoas... só Deus importa.  E foi assim que Ana teve sua condição mudada. A graça visitou Ana ainda quando esta clamava... o tabernáculo era a tipificação de Cristo e sua obra salvadora. Era a graça no nome, na adoração,  no sacrifício, no ambiente, na atmosfera e com certeza, na pessoa do sacerdote. Sim. Eli estava lá, no lugar de costume, ao lado da entrada contemplando tudo. Ana fazia sua oração misturada de lágrimas, angústia e dor. Era uma adoração de coração rasgado. De alma descoberta... nudez total. Aquela adoração que toca o céu... não era vitimização. Não era manipulação de palavras. Não! Era adoração verdadeira...genuína, preciosa. Ana sabia que precisava de um milagre. Ana sabia que estava no lugar certo e diante do Deus certo.  O sacerdote via mas não  ouvia ... notava o mexer de lábios de Ana balbuciando palavras... mas não as entendia. Pensava que estava embriagada... mas a linguagem de Ana, Deus conhecia e entendia muito bem. Era a linguagem dos miseráveis. A linguagem dos desacreditados, dos necessitados... daqueles que não tem outra opção a não ser clamar. Era a linguagem certa no lugar certo. Sabe, o ritual anual ficou  costumeiro com o passar dos anos. As pessoas já iam ali, faziam o ritual e  iam embora sem perceber a importância, o valor, a mensagem por de trás daquilo tudo. Era como se tudo ficasse na conta do sacerdote e pronto... mãos lavadas. Ana, naquele dia fez como se deveria fazer. Ela chegou diante do tabernáculo como nós devemos chegar hoje diante de Cristo... rasgados, abertos, sem rodeios e sem merecimento, dependendo Somente da graça...
Após conversar com Eli e explicar o que havia em seu coração recebeu do sacerdote a bênção.
Ana saiu abençoada e cheia da graça divina. Não chorava mais... feliz voltou a comer. O seu semblante não era mais o mesmo... e a história só começou.
Aqui paro e me vejo. Eu tenho bastante de Ana em mim. Todos nós temos... E verdadeiramente, quando abrimos diante de Cristo nosso coração e trazemos até ele nossa adoração sincera, nosso semblante  muda,  nossa fome reaparece e voltamos a sorrir outra vez.
Sim, a graça me coloca nesse ponto de encontro com Deus.  Sem véu, sem precisar sacrificar, sem precisar de alguém pra me representar pois Cristo é tudo em todos.
Aproveite a oportunidade e rasgue seu coração ao Senhor... dê a Deus a adoração de um coração quebrantado. E sairá com o semblante diferente pela graça.

Pela cruz de Cristo,  Maristela Guimarães.

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