Quando o culto se torna maior que o cultuado...

 

Conta-se uma lenda que a esposa de um grande rei, o imperador mongol Shah Jahan, morreu. Ele arrasado resolveu honrá-la construindo um templo para lhe servir de sepulcro. Seu ataúde foi posto no centro de uma grande área de terra. Começado a construção, nada foi poupado para que tudo ficasse perfeito. À medida que o tempo ia passando, o sentimento de perda ia também diminuindo, roubado pelo desejo de realização do grande projeto. Um dia, andando de um lado para o  outro, sua perna bateu numa caixa de madeira. O príncipe sacudiu o pó de sua perna e ordenou que a caixa fosse retirada dali. Shan Jahan não sabia que havia ordenado a retirada dos restos mortais da esposa, agora esquecida, escondida debaixo de camadas de tempo e de poeira. A pessoa que se pretendia homenagear com o templo foi esquecida, mas, de qualquer maneira, o templo foi construído.

Corremos o mesmo risco? Claro que sim!!!

Muitas pessoas se olham no espelho, todos os dias, e não conseguem se lembrar de qual útero vieram, se esquecem de quem herdaram seu DNA e pior, se esquecem de quem foram feitos à imagem e semelhança. Então, podemos sim, esquecer quem é o objeto de adoração, pra quem deve ser canalizada nossa fé, nossa gratidão, nosso culto... quem realmente merece nosso aplauso e nossa devoção. Quando o culto se torna maior que o cultuado, e os que cultuam mais populares que o adorado, e os que ministram na casa de Deus mais importantes que o dono da casa... tragicamente, cairemos no esquecimento de quem é Deus e de quem somos nós. Podemos tropeçar em Deus... se quer dando conta disso!!! Num piscar de olhos, podemos ser tentados em obter a glória que só pertence ao PAI, FILHO e ESPÍRITO SANTO. E pior... podemos gostar disso. Podemos nos perder na “construção da adoração” e esquecermos pra quem é tudo isso!

Que Deus nos livre!

Pela cruz de Cristo, Maristela Guimarães.